quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Jornal de Notícias


Keane prometem voltar ao Porto
Joana Bourgard

Tom Chaplin, Tim Rice-Oxley e Richard Hughes, os Keane, actuaram para cerca de 15 mil pessoas


Cláudia Luís

As filas começaram a formar-se durante a tarde. Anteontem, cerca de 15 mil pessoas alinharam na berma da estrada da Circunvalação com o mesmo objectivo ver Keane ao vivo e pela primeira vez no Porto. Sem nada a dever à popularidade, o trio inglês deu um concerto com empenho invulgar, não se cansou de elogiar a cidade e prometeu que "isto de ir tocar só a Lisboa vai mudar no futuro". A promessa de Tom Chaplin será, naturalmente, cobrada.

Além de um repertório muito pop, os Keane têm uma atitude ao vivo que só acresce vantagens ao fenómeno. Eles não aterram no palco com a típica postura 'estamos prontos para ser idolatrados'; eles começam a suar à segunda música; dão, literalmente, tudo o que têm no concerto; fazem questão de envolver as pessoas que pagaram bilhete para os ver naquele momento.

Chaplin, o vocalista que ainda dá uns toques de guitarra acústica e piano, reconheceu o esforço "É maravilhoso chegarmos quase ao fim da digressão numa cidade tão bela como esta e rodeados de gente tão boa".

A gestão que Chaplin, Tim Rice-Oxley (compositor e teclista) e Richard Hughes (baterista) fazem do palco é igualmente favorável a um alinhamento onde não faltam as baladas tanto de "Under the iron sea", como de "Hopes and fears". Foi acrescentada uma pista ao palco principal a passar pelo meio do público, demarcando aí a zona acústica do concerto - onde os três tocaram num ambiente mais acolhedor no meio da multidão - da zona mais espectacular da actuação.

Mas convém não esquecer que as canções dos Keane são orientadas por um teclado, uma voz e uma bateria - pontualmente, uma guitarra samplada - e que os três instrumentos juntos conseguem um resultado melófico, mas não potente. Por esse motivo, Rice-Oxley opta por reforçar a distorção do som de piano, o que torna a música mais cheia, mas tira-lhe o som cristalino e, por consequência, qualidade.

Por seu turno, os EZ Special apresentaram-se com nova formação e idioma. Agora em português, o novo vocalista da banda de Santa Maria da feira, Orlando Pona, ex-vocalista dos Feed, parece ainda não estar bem enquadrado no projecto. Ora demasiado preso ao microfone, ora solto como se estivesse num concerto de metal. Não estava.


http://jn.sapo.pt/2007/08/05/cultura/keane_prometem_voltar_porto.html

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