KEANE no Quarto Escuro
Dois anos depois da estreia, Under the Iron Sea marca o regresso dos trio que levou «Somewhere Only We Know» e «Everybody’s Changing» aos ouvidos de toda a gente. Tim Rice-Oxley em P&R.
Os Keane venderam quatro milhões de cópias de Hopes & Fears em todo o mundo (50 mil discos em Portugal). Dois anos depois da estreia, estão de regresso. Tim Rice-Oxley (pianista, compositor, letrista) explica o sucesso.
Hopes & Fears colocou o nome dos Keane em toda a parte. Como explicaria esta ascensão a alguém recém-chegado ao planeta Terra?Tivemos um período de seca inacreditável. Sete ou oito anos até ao primeiro single estoirar. Nada acontecia. Só desastres atrás de desastres. Éramos uma banda terrível, não sabíamos tocar. Também não tínhamos dinheiro, vivíamos no completo nada. Abandonámos as guitarras em 2001, continuámos em busca de um contrato, nada de bom no horizonte. Até que gravámos uma música para a editora Fierce Panda, que fez 500 cópias de «Everybody’s Changing» e foi aí que tudo se transformou. Os últimos dois anos foram de caos absoluto.
Que imagens lhe povoam a memória quando pensa nesses anos?
O Live 8 foi fantástico, o concerto no Radio City Music Hall, em Nova Iorque, espantoso. Pormenores como o dia em que Hopes & Fears chegou às lojas de Londres, uma das memórias mais felizes que possuo. Mas do que me lembro mais frequentemente é desta preocupação constante com a escrita de canções. É difícil fazer música sem espaço e tempo, num autocarro de digressão, com pessoas à volta. Nunca tivemos espaço para nós, entre digressões e sessões de gravação. Pode ser muito pouco saudável ou destrutivo, mas torna a música realmente intensa. Under the Iron Sea foi gravado nesta base. Descrevo-o como uma viagem aos lugares mais escuros do nosso íntimo.
(...)
Há algum artista que vos tenha inspirado radicalmente e cuja existência possa, ainda hoje, constituir uma razão para se formar uma banda?
Os Radiohead. Quando éramos adolescentes, foi a banda que nos assombrou, os primeiros contemporâneos que nos deixaram de boca aberta. Claro que crescemos a ouvir os Beatles, mas 1997 [ano da edição de OK Computer] foi o momento nas nossas vidas em que tudo mudou. Experimentação, escrita de canções brilhante, a busca dos sítios mais obscuros da existência – tudo isto são lições a aprender com os Radiohead.
(...)
Luís Guerra, Quarta, 21 de Junho de 2006 às 12:32
Fonte: http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/237
sábado, 25 de agosto de 2007
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